19.1.11

Muda a fita, e passa o mesmo.


Ainda não foi desta. Mas, não percamos a esperança. Da última vez que a comunidade científica se debruçou sobre o tema, concluiu-se que, por existir um A indefinido e um B desconhecido, o Universo continua a ser visto como entidade infinita. O problema é se surge um C que estava escondido, ou um A’ que deriva de A absoluto e transforma isto tudo numa história com principio, meio e fim. Contudo, não nos preocupemos com questões triviais. O universo infinito era o cerne da questão, e a ele importa regressar. Ora, isto obriga a que espaço e tempo sejam, também eles, quer querem, quer não, infinitos. Para o Cinema português não é tão significante que o espaço seja infinito. Agora, o tempo, convém.

Pelas nossas contas, a próxima será a 83ª edição dos Oscars. Número de nomeações do cinema luso na categoria de Melhor Filme Estrangeiro? Pois bem, é pegar nas duas que Eduardo Serra apresenta no seu currículo e tirar-lhes, deixem ver, só um bocado, parece que, pois, é isso, duas. O que dá um zero absoluto – neste particular, deveria ser a comunidade científica a olhar mais para o cinema português, e não o inverso.

Esta é a short-list, hoje dada a conhecer, com os nove candidatos às cinco nomeações para a edição do próximo dia 27 de Fevereiro, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Algéria (“Outside the Law”)
Canada (“Incendies”)
Dinamarca (“In a Better World”)
Grécia (“Dogtooth”)
Japão(“Confessions”)
México (“Biutiful”)
África do Sul (“Life Above All”)
Espanha (“Even the Rain”)
Suécia (“Simple Simon”)

Enquanto Biutiful, Incendies e In a Better World confirmam a sua condição de favoritos, Dogtooth – só pelo nome já ganhou o nosso afecto –, eleva o cinema grego a patamares inesperados. Há quem alegue que houve marosca da Academia em salvar aqui o título da Grécia, e que Confessions, do Japão, se desenrascou dentro do mesmo saco. Epá, então que a malta diga o que é preciso fazer, que do lado de cá nos arranjamos para realizar um filme a dar para o decente, e depois é só o pessoal de Hollywood encarrega-se de ir safando os votos. É que se isto do tempo for de facto infinito, dava jeito que alguém se mexesse. Parecendo que não, a eternidade é coisa para demorar e, por este andar, a comitiva portuguesa arrisca-se a ser a única a ficar à porta na sede da ONU todas as sextas-feiras à noite, para todo o sempre. É que, mais ano menos ano, algum membro nas Nações Unidas vai lembrar-se de criar para esse dia a Oscars Winners Party, e não vai ser bonito ver 191 estados membros em plena folia, e um solitário a chuchar no dedo. Já agora, por falar nisso, aqui fica o trailer de Thumbsucker. É de 2005, mas pouca gente lhe passou a vista em cima.


Alvy Singer

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